Sou um vampiro, já estou morto.
É falsa a vida na qual estou absorto.
Eu sou um Judas que não trai com palavras e sim com a espada.
Tenho uma sede incontrolável e assassina
E por Deus e os anjos fui condenado.
Lúcifer e os demônios me têm dominado:
Sou um imortal morto, eis minha sina.
Levantei da tumba por feito dum necromante
Mas eu só desejava permanecer na mortalha.
Agora, a fúria da morte meu ser espalha,
Para mostrar como a vida é relevante.
Minha existência é dominada pelo niilismo,
E de fato, minha desmorte é tão oca:
Não sinto prazer ao beijar uma mulher na boca
E sinto que caio num infindável abismo.
Beijei lábios que talvez tivessem o sabor de cereja
E de milhões de virgens desfrutei.
Almas tão vivas as quais eu maculei
Porque a sombra em mim, a vida ainda deseja!
Mesmo em meio a todos estou sozinho
Agonizando numa eterna penúria...
Só conheço a dor e a tristeza e a fúria;
E é por isso que o sangue humano é o meu vinho!
Perdido num miasma negro e cor de rosa
Não posso retornar nem à vida e nem à morte.
No jogo do tédio sou um peão sem qualquer porte.
Minha retina sempre se fecha desesperançosa. Sempre fugindo da luz,
Sempre do mundo me escondendo...
Torno-me um monstro quando está anoitecendo:
Criatura sanguinária de treva e pus...
Esta é minha trajetória, minha agonia...
(Diário herético de meu frenesi.).
Talvez eu seja um monstro sem amor desde a minha gênese.
Por isso, a morte e a lamentação são partes de minha filosofia...
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